

VICE-PRESIDENTE DA DISTRITAL DO PORTO DA JUVENTUDE POPULAR
Neste drama humano da crise dos refugiados, o agudizar da realidade gráfica da mesma tem exortado o Ocidente a todo o tipo de reflexos e reflexões.
De facto, às vagas de refugiados que tentam escapar à guerra e à instabilidade financeira e social que dela advém, não interessa a mera segurança de países vizinhos, ricos, seguros, e até culturalmente bastante mais familiares. Arábia Saudita, Jordânia ou Turquia são, não obstante da suas condições seguras, meros entrepostos para chegar ao Ocidente. Neste aspecto, aliás, até os Balcãs e Europa de Leste o são.
A forma como os tradicionalmente "alérgicos" a assunções de superioridade civilizacional do Ocidente têm reagido a este facto não deixa, por isso, de ser curiosa. Ao subentender como natural essa preferência das populações que procuram refúgio, e defendendo-a acerrimamente (recusando por exemplo propostas de soluções temporárias nos tais países vizinhos, ou clamar-lhes a integração que clamam ao Ocidente), na convicção de que todo o Ser Humano é merecedor das melhores condições de vida, acabam por partilhar desse corolário eminentemente conservador e tantas vezes polémico: o Ocidente, com todos os seus defeitos, é o melhor que o mundo até hoje ofereceu.